Aracaju, 6 de Abril de 2009.
Neste exato momento, quando eu escrevo um post neste humilde blog, me passam várias coisas na minha cabeça. O ERED 2009 que irá acontecer, e vou ter de ir pra participar. O twitter dando erro constante por causa de uma descoberta da Rosana Hermann. A internet na velocidade de uma carroça, apesar do meu pai pagar por uma internet caríssima. E minha mãe vendo novela, um pouco mais tensa do que eu com as coisas do cotidiano.
Eu me pergunto quando é que essa #failwhale do Twitter vai dar um tempo por hoje. Me pergunto quando é que vai acabar essas tolices de script. Me pergunto, TAMBÉM, quando é que as pessoas vão se tocar de que fazem parte da inclusão tecnológica, de que ficar pagando de cool, descolado, riquinho hype num leva a lugar nenhum.
(me desculpem pelo desabafo desconexo, mas…)
Uso a Internet desde os meus 12 anos. Tive a oportunidade de experimentar novas tecnologias. Tive de tudo um pouco. Sempre quis ser popular na Internet e ter um programa numa emissora de TV (OI MARIMOON! RS). Mas, qdo vc cresce e experimenta coisas novas, tu começa a perceber que tudo isso de ser celebridadezinha-de-internet é efêmero, não é tão legal quanto ser Paris Hilton, que dorme, acorda, e vai pra festa… PODRÉRRIMA DE RICA. E QUE CAUSA. O que não bem acontece com a elite da Internet, que até com a mãe ainda mora (tendo 37 anos. OU MAIS.)
E esse bot de adicionamento de massa no twitter comprova o que eu sempre defendi: TODO MUNDO, de uma forma explícita, ou não, quer ser famoso. Mesmo fazendo filmes pornôs, ou escrevendo humor pasmaceira de nerd, ou ficar de mimimi num blog pessoal, junto com amenidades escandalosas (OI, IGOR, RS), todo mundo quer ser notado. Todo mundo quer ser notado. Aí vem a grande questão: TODO MUNDO QUER ter o ego massageado. Eu, sobretudo.
Eu gosto qdo todo mundo vem e diz que eu sou fodão. Eu sei que sou fodão, mas quero ouvir a CONSTATAÇÃO. A confirmação de que tô arrasando em algum campo na minha vida. Ao mesmo tempo que vc, mesmo que não admita isso, fica meio borocoxó qdo NINGUÉM dá a devida atenção à sua pessoa. E começa a reclamar, a achar a vida uma merda, essas coisas. #mimimi acontece, é mais comum que se pensa. Mas num tô aqui pra falar disso. Tô aqui pra falar mais da Internet no geral.
A gente deveria se divertir, se informar, ampliar horizontes. Esse é o objetivo da Internet. Entretanto, a partir do momento que vc começa a usar a mesma pra fins tão menos nobres ou, até mesmo, escrotos, isso denota não apenas a fraqueza da pessoa, mas o caráter de data-gafanhoto¹ que a pessoa tem. Do que tô falando? Do tal script em que pode aceitar followers e followings no Twitter. (texto muito bom que critica tal atitude da Rosana. AQUI!)
[FATO: brasileiro é um data-gafanhoto.]
Outra coisa que me irrita: NÊGO FALANDO DE INCLUSÃO DIGITAL como se morasse em Mônaco, Paris, Tijuca ou uma ilha exótica e desconhecida. OI? VOCÊ NÃO MORA? VOCÊ NÃO TEM DINHEIRO COMO O BILL GATES? VOCÊ TBM FOI BENEFICIADO DA INCLUSÃO DIGITAL? A palavra pra uma rede harmônica é o bom-senso, coisa que falta a muita gente. Uma maneração (sic) das coisas que você vê na Internet, tudo questão de saber o que é adequado. Netiqueta. Conhece? Pq não a busca e bota em ação?
ACPM? My ass. Quer dizer, eu vou ter de pagar mais ou menos 1000 reais pela discografia COMPLETA do Polysics, sendo que posso conseguir a alguns torrents de distância? E os links de downloads de bandas desconhecidas, PFFT? Ngm tem o direito de saber da existência delas? Ao mesmo tempo que, vc quer ouvir uma bandinha pop, e o preço escandaloso de 25 reais. Falta senso às gravadoras. Pirataria é quando eu lucro com os downloads, mas qdo não há esse lucro, então não se tem pq de se coibi-lo. Por isso que admiro o Radiohead e o Nine Inch Nails, que tiveram arrojo em lançar álbuns sem cobrar um tostão por isso.
Outra coisa que tô tendo raivinha: neguinho trendsetter. Nêgo que fica determinando o que se deve fazer ou não, pagando de hype. Teve até uma moça que falou, no programa Urbano (Multishow): FOTOLOG É O POCHETE DA FOTOGRAFIA. OI? Qual critério? Sempre haverá a popularização de uma tecnologia ou invenção. Popularização que, se não houvesse, senhores-anti-inclusão-digital, pouquíssima gente teria celular, mp3, iPod, iPhone neste exato momento. E, se o Flickr (o novo hype da fotografia) se tornar popular, então abandona-se e cria uma outra tecnologia pra se isolar do resto da humanidade? Isso, pra mim, se chama síndrome de pseudo-intelectual.
Ainda há a conexão de carroça que as operadoras de telefonia oferecem. TUDO UM CU. TUDO. 3G inexiste. Tecnologia banda-larga ainda anda a passos de tartaruga com sonolência. As operadoras fazendo complôs pra que tenham lucros extravagantes. E fazendo uma rede de manipulação pra cima de nós. Inacreditável como as operadoras não têm respeito pelo cliente, e parecem não se importar com isso. O que é uma pena. Eu, honestamente, só vejo solução em doer o bolso delas. De uma forma violenta.
Brasileiro é um ser FUDIDO por natureza. E ainda contribui pra fuder (e ser fudido) ainda mais. Uma pena que o Brasil se torne uma boca de esgoto em que a mediocridade e a pasmaceira de todos nós reina de uma forma imperial. Uma vitória da mediocridade.
Acho que tá bom, né. Grato, Igor M.
NOTA: ¹ – data-gafanhoto: teve um twit que falaram: brasileiro é um gafanhoto das redes sociais. Queria um nome pra gafanhoto em inglês. Quando eu tiver tempo, eu altero. Mas enfim. Data-gafanhoto é aquele que detona as redes internéticas.